O que nos move
Realidades dolorosas são chaves de transformação. Quando vivenciamos algo que não queremos, imediatamente desejamos o contrário daquilo. A isso chamamos de contraste. Na maioria das vezes, nós só descobrimos o que nos move quando nos deparamos com algo que nos machuca.
Quando estamos conscientes, utilizamos o contraste como inspiração. Aceitamos a situação atual como ela é, fazemos o que está ao alcance para resolver, minimizar e compreender.
Então, tiramos o foco daquilo que é, dando energia, atenção e emoção àquilo que, agora, sabemos ser nosso verdadeiro desejo.
Até que estejamos preparados para aprender e crescer através do amor, atrairemos situações contrastantes. Elas são apenas mensageiras. Uma vez manifestadas no nosso campo de percepção, precisamos aceitá-las, liberá-las e não pensar mais nisso, a fim de que sua polaridade oposta se manifeste.
O amor é a resposta.
D.C.B
Ilustração: Denise Bruno
A percepção da dor
Enquanto você se agarrar ao que não é permanente, ao que reflete apenas as manifestações do seu ego, da identidade ilusória que você acredita ser, a vida vai doer.
Você poderá alcançar momentos de êxtase a partir do que é impermanente, mas dessa forma será lançado com a mesma intensidade para a polaridade inversa a ele. Isso inclui seus conhecimentos, seu corpo, suas conquistas, seus relacionamentos, bens, ideais, religião, valores... tudo aquilo que te leva a uma auto-imagem, mas não é você.
Então sua vida será esse vai e vem, esse pêndulo desgovernado que hora te leva ao céu, hora te leva ao inferno.
Mas quando você começar a vibrar alegre e harmoniosamente com aquilo que é permanente, imaterial, intangível, abrindo mão do apego a qualquer ideia, coisa ou pessoa, então você estará em fluxo com a vida em sua totalidade, de forma que não haverá mais percepção de dor, mas sim de que tudo está de acordo com a ordem universal da qual somos parte inseparável, e através da qual experienciamos a graça da existência.
DCB
Imagem: Pixabay
Oração da consciência da igualdade
"Amada consciência suprema, conhecedora de todas as coisas: por todas as minhas memórias individuais e àquelas compartilhadas com o coletivo, nas quais são guardados os registros de qualquer ato, pensamento ou omissão, cuja responsabilidade é minha, por ter nesta ou em outra vida, em qualquer tempo ou circunstância, causado dor ou sofrimento aos meus irmãos, semelhantes a mim em essência, tirando-lhes o direito de usufruir da graça da liberdade e da dignidade, fazendo-os experienciar a separação, a ponto de que a partir de meios legais, e não pelo amor, fosse necessário ser criado um dia no calendário para que se pudesse resgatar a consciência de que a igualdade é um direito humano; eu sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata (o).
Me comprometo a partir deste momento renunciar a qualquer pensamento, ato, omissão, que me faça ver ou tratar de forma diferente, superior ou inferior aos meus irmãos.
Eu crio dentro de mim uma sociedade onde a igualdade, a dignidade, os direitos primordiais, a fraternidade e o amor sejam a base de todas as relações e decisões, a fim de que não seja mais necessário um único dia para se resgatar a consciência em torno da igualdade e dos direitos que foram tirados de alguns de nós, mas sim que todos os dias sejam dias de consciência humana, acima de todas as memórias que possam persistir em causar a separação.
Eu aceito, eu amo, sou grata (o). "
Abaixo a oração em vídeo, para quem prefere ouvir.
D.C.B
Compaixão
Algumas vezes me senti impotente ao perceber que as minhas experiências de vida e meu conhecimento não podiam ser utilizados para aliviar o sofrimento das pessoas.
Mas percebi que me deram maturidade suficiente para olhá-las com humanidade, e isso significa compreender que eu não posso dizer a elas como resolver seus problemas ou interferir sem ser solicitada.
Não, sem ferir o seu direito de exercer o próprio poder de escolha.
Não, sem invadir seu espaço e seu universo impondo meu modo de resolver as coisas.
Não, sem lhes reduzir a impotentes vítimas.
Ao invés disso, passei apenas a olhá-las com amor e enxergar nelas a própria divindade capaz de solucionar tudo o que se manifesta em sua existência, com ou sem a minha ajuda.
Isso é compaixão.
D.C.B.
Imagem: Pixabay
Estamos humanos
Estamos humanos.
Viemos para viver profundamente cada experiência.
Depois, vamos embora.
Nada permanecerá além do amor que fomos capazes de oferecer.
D.C.B.