ho-oponopono

Consciências ocultas nos imóveis

A pintura estava pronta e eu sentia o cheiro forte da tinta. Caminhei pelos cômodos conferindo se estava tudo em ordem para a devolução da chave. "É hora da despedida", pensei.
Então, passou um filme na minha cabeça, como um flash. Todas as emoções que eu havia tido ali durante o pouco tempo de moradia foram acolhidas pela casa, assim como acolhi as que já estavam nela quando cheguei.

Se eu saísse dali e deixasse esses registros para trás, daria de presente aos próximos moradores uma carga energética desnecessária e até mesmo prejudicial, assim como a que eu absorvi quando cheguei lá.

Um sinal disso foi uma das plantas mais queridas se dobrar ao meio na primeira noite no imóvel, vindo a secar completamente. Foi por isso que a casa havia ficado sem inquilinos por quase dois anos antes de mim.

Agora era a hora de partir. Me aproximei da parede, coloquei minhas mãos sobre ela e conforme me lembrava das cenas e emoções ali vividas, principalmente as mais densas, fui recitando com profundo sentimento o ho-oponopono (sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata).

Toquei todas as paredes de todos os cômodos. No final, eu já não repetia mais o "sinto muito, me perdoe", apenas "te amo", "sou grata" (importante saber quando suprimir as duas primeiras frases). Algumas lágrimas selavam a limpeza daquelas memórias que compartilhei com a consciência que eu chamei de casa.

Ainda tracei os símbolos do Reiki em cada canto dos cômodos e, me sentindo leve, peguei a chave e saí com a sensação um de ciclo encerrado. Duas semanas depois passei ali em frente e a casa já estava ocupada por novos moradores. Havia vasos de flores nas janelas e na varanda. Assim aconteceu com outras casas onde morei.

Tudo o que nos cerca possui consciência e memórias. Os imóveis, em especial, acumulam muitas memórias dos seus moradores, pois passam a ser um coletivo com quem os habita. Há uma troca. Muitas vezes, memórias acumuladas podem adoecer gravemente seus habitantes, principalmente se eles estiverem fragilizados. Por isso, uma limpeza antes da mudança pode ajudar a evitar tais influências.

Apesar disso, é importante compreender que não fui uma vítima, pois estava vibrando na mesma frequência da casa quando a escolhi. Caso contrário, teria sentido um incômodo e evitado alugá-la.

Portanto, o que é semelhante se atrai, e isso é um princípio universal que me transfere toda a responsabilidade sobre o que se manifesta em minha vida. Justamente por isso é que tenho o poder de realizar uma limpeza dessas memórias, já que elas são compartilhadas comigo.

Ainda mais importante é realizar um trabalho de transformação interior para gerar emoções mais harmônicas, e também realizar limpezas periódicas (com a técnica que você conhecer), pois inevitavelmente essas memórias se acumulam, adquirindo força e influência sobre todos os moradores, objetos e sistemas.

Quando passarmos a enxergar tudo como vivo e consciente, honrando e respeitando objetos e lugares com que interagimos, estaremos nos harmonizando com o Todo.

D.C.B via A.D.A

Ilustração: Denise Bruno

As consciências ocultas nos imóveis - limpeza energética - Árvore do Amor

Oração da consciência da igualdade

"Amada consciência suprema, conhecedora de todas as coisas: por todas as minhas memórias individuais e àquelas compartilhadas com o coletivo, nas quais são guardados os registros de qualquer ato, pensamento ou omissão, cuja responsabilidade é minha, por ter nesta ou em outra vida, em qualquer tempo ou circunstância, causado dor ou sofrimento aos meus irmãos, semelhantes a mim em essência, tirando-lhes o direito de usufruir da graça da liberdade e da dignidade, fazendo-os experienciar a separação, a ponto de que a partir de meios legais, e não pelo amor, fosse necessário ser criado um dia no calendário para que se pudesse resgatar a consciência de que a igualdade é um direito humano; eu sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata (o).

Me comprometo a partir deste momento renunciar a qualquer pensamento, ato, omissão, que me faça ver ou tratar de forma diferente, superior ou inferior aos meus irmãos.

Eu crio dentro de mim uma sociedade onde a igualdade, a dignidade, os direitos primordiais, a fraternidade e o amor sejam a base de todas as relações e decisões, a fim de que não seja mais necessário um único dia para se resgatar a consciência em torno da igualdade e dos direitos que foram tirados de alguns de nós, mas sim que todos os dias sejam dias de consciência humana, acima de todas as memórias que possam persistir em causar a separação.
Eu aceito, eu amo, sou grata (o). "

Abaixo a oração em vídeo, para quem prefere ouvir.

D.C.B

Sobre os acontecimentos que tocam a alma

Tudo aquilo que se manifesta diante dos meus sentidos, de forma que eu tome consciência de sua existência, está na verdade dentro de mim e por isso é de minha responsabilidade.
Responsabilidade e não culpa.

A partir do momento em que eu assumo a responsabilidade por algo, eu tenho o poder de modificá-lo dentro de mim. E quando eu modifico dentro de mim, eu modifico a sua manifestação externa. 
Quando se tratam de manifestações e acontecimentos coletivos, ainda assim é minha responsabilidade. É assim porque estamos temporariamente vivendo a individualidade, mas somos parte de uma única consciência e através dela estamos conectados, compondo o Todo. Limpando em mim o que eu sinto em relação ao ocorrido, eu retiro da consciência do Todo uma parte da causa.

Hipoteticamente, uma pessoa sozinha poderia limpar as memórias compartilhadas com toda a humanidade. Mas ela precisaria de uma infinidade de vidas para fazer isso.
Por esse motivo, quanto mais pessoas limpam a mesma memória, mais rapidamente eliminam-se as causas e as manifestações que resultam delas, já que todos somos um e todas as memórias são compartilhadas entre todos.

O acontecimento do qual tomei consciência e o qual me toca profundamente a alma despertando sentimentos de indignação, tristeza, compaixão, angústia entre outros, só chegou ao meu consciente porque é parte de mim. Eu ajudei a criar, apesar de não saber de que forma, por qual motivo, em que tempo, espaço ou dimensão o fiz. Isso já não importa. Eu limpo em mim a parte que me toca ao invés de criar mais memórias buscando culpados ou manifestando sentimentos de baixas frequências que apenas criariam mais situações alinhadas com o sofrimento.

Eu utilizo o Ho-oponopono para fazer essa limpeza, e compartilho com quem de alguma forma se sinta alinhado com minhas palavras e busque um meio de ajudar no ocorrido além da ajuda material e efetiva que esteja a seu alcance.

Além do mantra em si, não há necessidade de palavras adicionais, mas eu as coloquei num contexto que traz a consciência sobre o que está sendo declarado.

"Divina Consciência Suprema, criadora de tudo o que há e conhecedora de todas as coisas: por todos os meus pensamentos, sentimentos, atos e omissões, nesta ou em outra vida, tempo, espaço ou dimensão, que contribuíram para a criação desta manifestação que eu reconheço como uma tragédia, e que agora retorna a mim, aos meus semelhantes e outros seres vivos de forma dolorosa, eu aceito e assumo minha responsabilidade, e por isso tenho o poder de transmutar em mim as memórias que são a causa disso tudo.

Sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata (o).

Memórias do inconsciente que são de minha responsabilidade e que compartilho com todo o coletivo:

Eu aceito, te amo, sou grata (o)

Repito essas palavras cada vez que me torno consciente das notícias, e dos meus sentimentos em relação a elas.

Eu aceito, te amo, sou grata (o)

Eu não espero resultados, apenas transmuto, confio e entrego.

Assim é."

Consideração importante:

A oração ou mantra original havaiano é: Sinto muito, Me perdoe, Te amo, Sou grato (a)

Os termos: "sinto muito, me perdoe," podem ser substituídos por: "eu aceito", considerando que a culpa é um sentimento puramente humano, porém a Consciência Suprema nunca erra, nunca julga e tudo aceita e não precisa de perdão. Sendo nós uma extensão dela, também não precisamos. Dessa forma, aqueles que conseguem entender o conceito de que nada é errado, e que não há culpados, podem eliminar a necessidade de pedir perdão ou de perdoar e simplesmente aceitar tudo como é. 
Porém, fica a critério de cada consciência como utilizar essa ferramenta de limpeza e transformação a nível quântico que é o Ho-oponopono.

Sou grata pela oportunidade de compartilhar o que recebi.

Somos todos um.

E especialmente neste momento, somos todos Brumadinho.

Com amor,


D.C.B
Publicado originalmente em 27/01/2019, em minha página pessoal no Facebook
Créditos de imagem: Pixabay
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